Bolívia incorpora criptomoedas ao sistema financeiro oficial
A Bolívia enfrenta uma grave crise econômica e, para lidar com essa situação, o governo anunciou várias medidas nos últimos dias. A principal delas é a inclusão de criptomoedas no sistema financeiro do país, começando pelas stablecoins.
Além dessa iniciativa, o governo vai eliminar impostos sobre grandes fortunas e suspender impostos nas transações financeiras. Para ajudar a recuperar a economia, também planeja cortes de gastos e a busca por mais de US$ 9 bilhões em investimentos para projetos públicos e privados. Essas informações foram compartilhadas por José Gabriel Espinoza, o novo ministro da Fazenda, que foi escolhido pelo presidente Rodrigo Paz, eleito recentemente.
Bolívia já utilizava criptomoedas para enfrentar a crise
A movimentação em torno das criptomoedas na Bolívia não é nova. Antes mesmo da vitória de Rodrigo Paz, em março, o ex-presidente Luis Alberto Arce Catacora havia assinado um decreto permitindo que a YPFB, a estatal responsável por petróleo, importasse combustíveis usando criptomoedas. Isso aconteceu porque o país estava sem dólares para fazer esses pagamentos.
A falta de combustíveis fez com que muitos bolivianos enfrentassem filas enormes nos postos de gasolina. Além disso, a Bolívia mantém um câmbio fixo para sua moeda, mas o dólar paralelo negocia por um valor bem mais alto. Comerciantes começaram a precificar seus produtos em dólar, mas essa estratégia não resolvia a questão do câmbio fixo quando aceitavam a moeda local. Assim, uma alternativa encontrada foi o uso do USDT, especialmente na negociação do par BOB/USDT (Bolivianos/USDT).
Recentemente, alguns dados mostraram que a negociação de criptomoedas na Bolívia cresceu 630%. Isso reflete a necessidade da população de proteger suas economias em tempos difíceis.
Adoção das criptomoedas como solução para a crise econômica
No dia 25, Espinoza confirmou que o governo vai integrar as criptomoedas ao sistema financeiro tradicional do país. Segundo informações, o foco inicial será nas stablecoins.
Os bancos poderão oferecer novos serviços, como contas de poupança, cartões de crédito e até empréstimos em criptomoedas. Espinoza comentou: “Você não pode controlar cripto globalmente, então precisa reconhecê-la e usá-la a seu favor”.
Um dado interessante é que, enquanto o governo boliviano fixa a conversão do dólar a 6,96 bolivianos, o dólar no mercado paralelo é cotado a 12,63 BOB. A adoção das criptomoedas pode impactar bastante essa dinâmica cambial, o que é especialmente relevante em tempos de crise.





